Cinco por cento da Terra já vive no futuro

No seu mais recente artigo de opinião, publicado no Público, Helena Freitas (Professora da Universidade de Coimbra, titular da Cátedra UNESCO em Biodiversidade e Conservação para o Desenvolvimento Sustentável e coordenadora do Centro de Ecologia Funcional) e Maria Fernanda Rollo (Professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, ex-secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e investigadora principal do Centro de Ecologia Funcional) sublinham que cerca de 5% da superfície terrestre já vive no futuro. Esse “futuro” concretiza-se nas Reservas da Biosfera da UNESCO — 784 territórios em 142 países, que reúnem mais de 250 milhões de pessoas e funcionam como laboratórios vivos onde ciência, cultura e participação cidadã convergem para promover sustentabilidade.

Do 5.º Congresso Mundial das Reservas da Biosfera, realizado no passado mês de setembro, saiu reforçada a visão de que estes territórios devem estar no centro das políticas de transição ecológica, promovendo governação participada e articulando conhecimento científico com saberes locais. Portugal integra ativamente esta dinâmica, contando já com 13 Reservas da Biosfera reconhecidas pela UNESCO, assumindo um papel relevante na conciliação entre património natural e cultural, coesão social e desenvolvimento sustentável.