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Zero Pollution: mais do que um objetivo, um compromisso com o futuro.

A poluição está na origem de uma em cada oito mortes na Europa por ano e é um fator causador de diversos problemas de saúde. É uma das cinco principais causas da perda de biodiversidade e ameaça a sobrevivência de mais de um milhão de espécies de plantas e animais do nosso planeta, estimadas em 8 milhões.


Em 2021, foi lançado o plano de ação da UE “Rumo à Poluição Zero para o Ar, Água e Solo sustentado numa visão de poluição zero para 2050: um planeta saudável para todos.


A ambição do plano é transversal a várias iniciativas vigentes que contribuem para a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e complementa o objetivo de neutralidade climática para 2050 em sinergia com os objetivos de uma economia circular e limpa e de restauração da biodiversidade. Faz parte integrante de muitas iniciativas do Pacto Ecológico Europeu e de outras iniciativas da Comissão Europeia.


Reduzir 25% os ecossistemas da União Europeia (UE) em que a poluição atmosférica ameaça a biodiversidade;

Reduzir 50% as perdas de nutrientes, a utilização e o risco de pesticidas químicos, a utilização dos mais perigosos, e as vendas de agentes antimicrobianos para animais de criação e na aquicultura;

Reduzir 50% o lixo de plástico no mar e reduzir 30% os microplásticos libertados no ambiente;

Reduzir significativamente a produção total de resíduos e reduzir 50% os resíduos urbanos finais.

Poluição Zero, um compromisso assumido pelas Reservas da Biosfera portuguesas

Nas Reservas da Biosfera em Portugal, este plano pode ser traduzido em ações concretas para minimizar fontes de poluição localizadas:



  • proteger os ecossistemas naturais;

  • melhorar a qualidade de vida das comunidades locais.


A sua implementação pode fortalecer a gestão sustentável destes territórios UNESCO, alinhando esforços regionais com os compromissos europeus nos planos vigentes.


Portugal possui 12 Reservas da Biosfera reconhecidas pela UNESCO, incluindo áreas insulares, estuarinas e terrestres, que abrangem uma riqueza inestimável de biodiversidade e de tradições culturais. Contudo, a poluição, especialmente a poluição por plásticos, reconhecida ameaça omnipresente nas suas variadas formas e tamanhos, representa um desafio crescente para a integridade desses territórios e que ainda não foi avaliada.


Reservas da Biosfera de Portugal
ecossistemas terrestres protegidos
5351
km2
ecossistemas marinhos protegidos
1922
km2
habitats de conservação obrigatória
80%
79 dos 99

O contributo das Reservas da Biosfera

Reduzir 50% as perdas de nutrientes, pesticidas e antimicrobianos na produção animal e aquicultura

Portugal é o 3ª país na europa cuja superfície agrícola utilizada evita químicos como pesticidas e respeita o bem-estar animal. Cerca de 19% da superfície agrícola é área de agricultura biológica.

Em Portugal Continental, a proporção agrícola utilizada para pequena agricultura (%) é de 2,7%. No total das Reservas da Biosfera é de 3,6%. A meta nacional é 35,2%

Reduzir significativamente a produção total de resíduos e 50 % os resíduos urbanos finais

Indicador – Proporção de resíduos urbanos preparados para reutilização e reciclagem – meta 60%

Portugal, em 2020, em média 30% dos resíduos urbanos estavam preparados para a reutilização e reciclagem, enquanto que nas Reservas da Biosfera 57,7.

Reduzir 50% o lixo de plástico no mar e 30 % os microplásticos libertados no ambiente

Indicador – plástico recolhido (ton) por habitante (ODS 14) -meta 179,7 ton/hab

Portugal, em 2021, em média recolhia 147,5 ton/hab, e as Reservas da Biosfera 156,9 ton/hab.

Em Portugal 19% da superfície agrícola

é área de agricultura biológica

Em Portugal 30% dos resíduos urbanos

preparados para a reutilização e reciclagem (2020)

147,5 ton/hab de plástico

foram recolhidos em 2021 em Portugal

A produção de plástico aumentou drasticamente nos últimos 70 anos. Em 1950, o mundo produzia apenas dois milhões de toneladas.


Em apenas duas décadas, a produção anual global de resíduos plásticos aumentou de 180 milhões de toneladas para quase 400 milhões de toneladas, segundo o relatório Global Plastics Outlook da OCDE. Enquanto isso, espera-se que os resíduos plásticos quase tripliquem em todo o mundo até 2060, com metade de todo o lixo destinado a aterros sanitários e menos de um quinto será reciclado.


No entanto, quando o lixo plástico é mal gerido – não é reciclado, incinerado ou depositado em aterros sanitários selados – torna-se um problema ambiental. Entre um e dois milhões de toneladas de plástico entram nos nossos oceanos anualmente, afetando a biodiversidade e os ecossistemas.


Segundo dados da OCDE e outras organizações, aproximadamente 22% dos resíduos plásticos globais não são geridos adequadamente, o que inclui plástico descartado em aterros não regulamentados, queimado a céu aberto ou simplesmente abandonado no ambiente.


Cerca de 1% do plástico descartado globalmente (equivalente a 3 milhões de toneladas anuais) pode acabar como macro ou microplásticos nos ambientes terrestres e aquáticos.


Grande parte do impacto está focada nos efeitos dos resíduos plásticos nos oceanos, enquanto a poluição em regiões montanhosas, por exemplo, é raramente discutida.


A poluição por plástico afeta todos os compartimentos do ambiente, e 80% dos plásticos nos oceanos têm origem em fontes terrestres. Assim, é necessário desenvolver uma abordagem abrangente ao longo do ciclo de vida do plástico para enfrentar esse problema de forma adequada e todos os territórios.


O plástico também é o tipo de resíduo mais comum encontrado nas montanhas, rios, mares e oceanos. A poluição por plásticos também foi identificada em Portugal, nomeadamente em peixes da nossa costa e estuários, em praias e sedimentos, e mais recentemente nas lagoas da Serra da Estrela. É urgente avaliar as repercussões para os territórios, zonas protegidas, espécies e, de forma mais ampla, para o planeta.


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